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NITZAVIM

PARASHA NITSAVIM

A Parasha NITZAVIM  é a mais curta do ano!  

Esta  Parasha inicia no dia de Zayin Adar, o 7 do mês de Adar,  o dia em que Moshe deixara de ser percebido para nós no mundo físico material.... não podemos dizer que um Tzadik (o chefe da geração)  “falece”, pois a decomposição que acompanha a morte não se aplica no caso de um Tzadik.

Moshe Rabbeinu está conversando com toda a comunidade de Israel para fazer uma promessa a Hashem de cumprir as Mitsvot, os Mandamentos de Hashem.

Ele diz que TODOS sem distinção, estão prontos para fazer A promessa, desde os que tem os cargos mais altos ( os responsáveis comunitários, os Principes, chefes de tribus, os Nesiim )  até os judeus mais simples,  cada judeu  - homens, mulheres e crianças, e até mesmo os servos, os lenhadores e carregadores de água, todos que constituem o  povo judeu inteiramente. Eles estão todos prontos, reunidos e juntos, para fazer A promessa com Hashem de cumprir todas as Mitsvot. Moshé renova a aliança com o povo que vai entrar no país de Israel.

 Moshé promete que se o povo judeu fizer tshuva (arrependimento)  no exílio, Hashem o resgatará . 

 Moshé explica que a Torá está próxima de qualquer judeu

 Moshé conclui dizendo com força que, ao guardar a Torá se adquire a vida eterna

Vós todos estais hoje presentes diante do Eterno vosso D’us: os cabeças de vossas tribos, vossos anciãos e vossos policiais, todo o homem de Israel; as vossas crianças, as vossas mulheres e o peregrino que está no meio de teus acampamentos, desde o rachador de tua lenha até o tirador da tua água; para que passes na aliança do Eterno teu D’us e no seu juramento, que o Eterno teu D’us faz hoje contigo” (Devarim XXIX, 9 a 11).

[De acordo com o comentário de Rashi, o rachador de lenha e o tirador de água são os conversos que entram também na Aliança]. Moshé vai fazer com que exista entre cada judeu uma garantia mútua. ‘Para passar na Aliança do Eterno’ significa estabelecer a existência de uma garantia entre os judeus. Cada judeu é fiador do outro.

O que é um fiador? Como ser fiador de outro judeu? Quando se usa a inteligência, o raciocínio, vemos que só um “grande” pode dar garantia a um “menor” do que ele. Por exemplo, uma pessoa pobre pede um empréstimo; o credor não pode se fiar nele - ele não tem certeza que este vai lhe devolver o empréstimo, pagar a sua dívida. O que faz? Pede garantias para o empréstimo. Procura um rico para ser seu fiador e se responsabilizar pela devolução do empréstimo feito ao pobre. Isso é uma garantia. Parece ilógico, então, que um pobre sirva de garantia para um rico. Como querem que um pequeno garanta alguém maior do que ele? Lembrem o que está escrito no versículo “Israel garante um ao outro”, portanto até o menor dos menores é fiador de outro judeu, que pode ser até o maior entre os maiores. Como isso acontece? O Admor Hazaquen explica o versículo “estais hoje presentes diante do Eterno vosso D’us” pelo fato de TODOS os judeus estarem formando uma ENTIDADE.

Num corpo completo existem diferentes membros. A vantagem da cabeça sobre os pés aparece evidente, e apesar disso, não há entidade cabeça quando não há pés. Se, D’us nos livre, há um defeito nos pés, todo o corpo e também a cabeça não estarão completos. todo o corpo precisa de cada membro em especial. Assim também acontece com o povo de Israel. Formamos todos uma entidade completa. Tem, no povo de Israel, tantos tipos particulares, universos diferentes, personalidades diversas. Tem um judeu, por exemplo, que é do nível da cabeça e tem outro judeu que é do nível dos pés. Mas todos precisam um do outro. Cada judeu tem sua vantagem particular e aquilo que o define de verdade. Assim também, o corpo todo precisa do seu fiador para chegar a uma perfeição total (Shlemut), para alcançar o nível de “entidade completa” mencionado pelo Admor Hazaquen anteriormente. Precisamos estar “todos juntos”, desde o cabeça até o cortador de madeira e o tirador de água. Esta é a verdadeira união do povo de Israel “para que passes pela Aliança”. Todo Israel é garantido um pelo outro. Passar, então, quer dizer também garantir.

A parashá Nitsavim é sempre lida antes de Rosh Hashaná. De acordo com o Zohar Hacadosh, livro de Cabalá, o primeiro versículo “Vós todos estais hoje presentes diante do Eterno vosso D’us”, faz alusão a Rosh Hashaná. Assim explica o Zohar - hoje está se referindo a Rosh Hashaná. Todos estais hoje presentes quer dizer todos estais presentes em Rosh Hashaná.

O versículo faz alusão ao comportamento que é pedido antes de Rosh Hashaná, e cada palavra dele ensina e instrui sobre como comportar-se antes de Rosh Hashaná.

ATEM (Vós): se refere a Bnei Israel.

NITSAVIM (estais presentes ‘de pé’)(em Amidá) Estamos diante de D’us de pé, fortes e rígidos, não estamos com medo, e sim com orgulho; para honrar estamos diante de D’us. Os judeus devem ser fortes e cheios de vigor dentro do judaísmo, no cumprimento de Torá e Mitsvot. Eles têm que servir D’us sem prestar atenção às dificuldades e àquilo que pode atrapalhar. Os judeus são minoria em relação aos povos das outras nações mas eles devem estar NITSAVIM, erguer-se fortes no judaísmo e fazer o serviço divino com vigor (OZ) e com uma grande certeza. Ao ficarem de pé, mostram que estão seguros deles mesmos, que são ‘indesmontáveis’ no cumprimento das mitsvot.

HAIOM é Rosh Hashaná.

CULHEM (todos): Alude-se no resto deste versículo à possibilidade do judeu estar ereto. Quando cada judeu está ligado aos outros e se amam uns aos outros, então existe a possibilidade de estar imperturbavelmente de pé diante de D’us, a possibilidade de NITSAVIM. Através do amor ao próximo se revela a força maravilhosa e prodigiosa do povo judeu. Temos a impressão que às vezes não conseguimos chegar a uma Ahavat Israel real por que cada um é diferente do outro. Cada um tem o seu próprio saber, seus costumes o que separa uns dos outros. E alguns pensam que por causa dessas diferenças não podemos expressar o amor aos judeus. Mas o passuc prossegue:

LIFNEI HASHEM ELOQUEIHEM: (diante do Eterno Vosso D’us). Quando estamos associados com D’us fazemos com que surja o amor real pelo outro judeu.

Se o homem pensa sobre ele e considera suas qualidades e se olha no espelho, vê o quanto ele é culto, dotado, começa a se sentir separado dos outros, verdadeiramente diferente deles. Ele é diferente em tantos detalhes que ele já não consegue chegar a amar o outro. Ele se sente incapaz.

Se por outro lado o judeu medita sobre o ponto de contato que tem com D’us e ele realiza que sua alma Divina é uma parte de D’us de cima, de verdade, então se sente ainda mais próximo dos outros judeus: cada judeu tem uma alma Divina, como a dele! Quando pensamos em D’us nossa alma se revela, e do ponto de vista da Alma, cada judeu e cada judia é idêntico e podemos estar sempre unidos entre nós: a fonte é a mesma, temos todos o mesmo pai.

Assim, antes de Rosh Hashaná, Haiom devemos pensar e fortificar nossas ligações com D’us, meditando sobre o fato da nossa alma divina estar também em cada judeu, e todas diante do Eterno Vosso D’us, Lifnei Hashem Eloqueichem. Em função disso podemos chegar a uma unidade real, ao Culchem, todos, e tornar possível a posição de pé e fortes Nitsavim.

Estaremos todos prontos para nos apresentar diante de D’us no grande dia de Rosh Hashaná, como está escrito  TSEDACA - Quando as grandes festas (Haguim) se aproximam e vamos estar diante de D’us para sermos julgados de acordo com nossas boas e más ações, devemos lembrar que está em nosso poder evitar um veredito desfavorável graças à Tshuva, Tfilá e Tsedacá - arrependimento, oração e caridade.

O arrependimento é o pesar sincero de qualquer má ação cometida no passado e a resolução de só fazer boas ações no futuro.

A oração é o meio pelo qual fazemos uma comunhão com D’us. Nossas três orações diárias, da manhã, da tarde e da noite encontram-se no sidur.

Hoje vamos nos estender sobre a Tsedaca.

Nossos sábios falam com freqüência da Tsedaca como uma grande mitsvá que pode salvar até de uma morte certa. A razão pela qual a Tsedacá se beneficia de tais vantagens é que ela constitui um esforço “total” da parte do doador. Enquanto que qualquer outra mitsvá é cumprida apenas por uma certa parte do corpo (por exemplo, os Tefilin são colocados no braço e na cabeça; o estudo da Torá requer apenas concentração mental, e continua assim), a Tsedaca, ela, é um ato que faz com que o corpo inteiro contribua. De fato, a realização de um trabalho permite ganhar, por um lado dinheiro que se da, e pela outra, precisa que todo o ser se coloque para funcionar, tanto física quanto mentalmente. Qualquer parte deste dinheiro, seja ela pequena ou grande, que é consagrada à caridade feita a um homem necessitado, salva com freqüência a sua vida e, de qualquer maneira, a prolonga por um certo tempo. É por isso que a Tsedaca está intimamente ligada com o fato de “salvar a vida”.

Se traduzimos Tsedaca pela palavra “caridade”, é apenas por falta de encontrar-lhe um equivalente rigorosamente exato e que traduz seu verdadeiro sentido. As pessoas pensam geralmente que dando a um pobre ou a uma instituição eles dão alguma coisa que lhes pertence em propriedade e que assim estão fazendo um ato de bondade pelo qual merecem agradecimentos e gratidão. Mas a palavra Tsedacá em hebraico significa realmente um ato de justiça. Fazer a Tsedaca deve resultar não num movimento de bondade do nosso coração mas do nosso sentido do dever. É uma obrigação da qual não podemos nos subtrair, como o pagamento de uma dívida.

A caridade faz de nós um homem bom e parcialmente um judeu; para ser inteiramente um bom judeu, é necessário possuir também os dois outros fundamentos: estudar a Torá e sustentar suas instituições, servir D’us pela oração e pelo cumprimento dos preceitos judaicos eternos.

NITZAVIM
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